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O que lhe representa a consciência negra?

Publicado: Segunda, 20 de Novembro de 2017, 08h39 | Última atualização em Terça, 21 de Novembro de 2017, 12h01

Para trazer reflexão neste Dia da Consciência Negra, pedimos para que servidores negros do IFNMG expressassem seus sentimentos sobre o que lhes vêm a mente quando se fala em consciência negra.

luciana"O racismo, no Brasil, é um fenômeno cultural e precisa ser culturalmente desconstruído. Diferente de outros povos, valorizamos o estrangeiro, assim, apesar de as pesquisas mostrarem que a maioria da população brasileira é negra, os padrões estéticos de beleza são os europeus. Diante disso, tentando se adequar aos padrões socialmente estabelecidos, parte da população nega sua negritude e anseia pelo branqueamento. Acredito que o primeiro passo para a superação do preconceito e racismo é o reconhecimento da identidade negra: o negro precisa reconhecer-se como tal e orgulhar-se da sua cor, história, cultura e identidade."

Luciana Cardoso de Araújo - Pedagoga/Reitoria

 

pedro paulo"Esse dia me remete à reflexão sobre a posição dos negros na sociedade. Lembrando que as gerações que sucederam a época de escravidão sofreram diversos níveis de preconceito. O Dia da Consciência Negra representa pra mim um momento para reflexão a respeito de toda uma luta em busca de igualdades através de um longo período de segregação, perdas de direitos e falta de acesso aos bens materiais e imateriais da sociedade. Já houve muitos avanços, mas ainda há que se caminhar em busca do respeito e dignidade."

Pedro Paulo Pereira Brito - Professor/Campus Avançado Porteirinha

anderia"Preta, por favor!

Sempre me assusto quando lembro que estamos libertos da escravidão há apenas 129 anos. Não conheço a árvore genealógica da minha família. Meus bisavós foram escravos. Morreram escravos. Não tenho um sobrenome africano. Fui arrancada da minha história, mas não desanimei. Decidi escrever outra com a força que me restou. Força suficiente para não me acostumar com os olhares preconceituosos e com a falta de oportunidades. Para quem atravessou o oceano, foi traficado, escravizado por quase 400 anos, para quem sofreu os piores castigos, as piores torturas que uma pessoa poderia sofrer, lutar hoje significa honrar a alma de aproximadamente seis milhões de negros que não puderam desfrutar do gozo da liberdade.

Luto para que mais políticas públicas possam oportunizar que o preto mude o curso da sua história. Defendo as cotas. Defendo mais projetos e mais leis. Tudo o que for feito ainda será pouco para pagar essa conta. Inclusive, pode começar a me pagar, chamando-me de preta, em vez de moreninha."

Andreia Pereira da Silva - Jornalista/Reitoria

toninho"Parece que estou organizando a prateleira? Tirei essa foto porque com muita frequência as pessoas vem me pedir informações considerando que sou um funcionário do supermercado."

Antônio Carlos Soares Martins

Diretor do CEAD-IFNMG

 

 

 

 

 

 

valesca"A consciência negra perpassa a luta do povo negro pelo espaço de direito na sociedade brasileira; uma luta diária contra uma estrutura social que naturalizou a escravidão de tal forma que o racismo se faz presente na vida dos negros sem que parte população se abale por isso. Os índices de violência contra os negros nos mostram os resquícios dessa naturalização. Por isso, a necessidade de que o dia 20 de novembro seja utilizado como um momento de luta que deve prolongar-se por todo o ano fazendo emergir ações que mudem essa realidade."

Valesca Rodrigues de Souza - Professora/Campus Montes Claros

Carla"Para a Filosofia existem três grandes objetos do conhecimento: consciência de si, consciência do outro e consciência do mundo. Com conhecimento, sensibilidade e empatia é possível tornar-se consciente do quanto somos construídos socialmente, e por isso, produto de discursos que prevaleceram. Nesse sentido, comemorar o dia da Consciência Negra é estar ciente do quanto a consciência que temos do mundo e do outro refletem na consciência que temos de si.
Da mesma forma, o quanto que a nossa consciência de si, ao reconhecer a importância da nossa ancestralidade, nos constitui, assim como, a pele, as lutas, os questionamentos e o poder transformador do nosso lugar no mundo. Reconhecer é estar consciente. Falar sobre é consciência. Viver é resistência!"

Carla Silva - Professora/Campus Diamantina

Um estudante do Instituto enviou um poema:

Juliano"Apego-me a crença
que brevemente
minha música não será negra
apenas
música

Minha estética
não será resistência
falas e ações
puramente
comportamentos humanos

Neste tempo
outros
serão os diálogos
E pessoas como eu
revelaremos ao que viemos"

Juliano Gonçalves Pereira - Estudante do curso técnico em Teatro - Campus Diamantina

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