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Muitos encontros no V Encontro do Ensino do IFNMG

Publicado: Sexta, 18 de Maio de 2018, 18h26 | Última atualização em Sexta, 18 de Maio de 2018, 18h48
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Ideias, projetos, inquietações, possibilidades e desafios. Estudantes, pais, servidores e colaboradores. Pessoas que tiveram a vida transformada pelo Instituto e pessoas que querem fazer com que o Instituto transforme a vida de muitas outras pessoas. Vários foram os encontros realizados durante a quinta edição do Encontro do Ensino do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), realizado de 15 a 17 de maio com a presença de mais de 200 servidores dos 11 campi do IFNMG em Diamantina, cidade inspiradora e com um Campus inovador.

Ao longo do Encontro, diretores e coordenadores de ensino, coordenadores de curso, pedagogos, técnicos em assuntos educacionais,  coordenadores de registro, bibliotecários e dirigent e outros docentes e técnico-administrativos responsáveis pelas ações e projetos de ensino no IFNMG colocaram em prática o que lhes foi instigado na abertura do evento: o olhar, o escutar e o dialogar sobre o que tem sido feito e o que pode ser feito com relação às práticas de ensino do Instituto.

“As diferenças são os melhores remédios que podemos encontrar”, diz o poema da estudante do curso técnico em informática do Campus Diamantina, Ednanda Amala Reis, que o distribuiu e o leu na abertura do evento, após destacar que o Instituto mudou a sua vida e precisa conseguir mudar de muito mais gente. O pró-reitor de ensino, professor Ricardo Magalhães Dias Cardozo, trouxe a narrativa mitológica dos espelhos de Oxum para destacar que também é necessário contemplar nossa imagem refletida no espelho e refletir sobre quem somos, quem desejamos ser, o que é o IFNMG, o que é permanência e êxito, o que são práticas inovadoras. “A permanência e o êxito nunca representaram inércia, elas só são possíveis com a movimentação. E nisto, retomo o que os Orixás africanos simbolizam: abertura de caminhos, movimento e construção de existência. É necessário, nesta conjuntura educacional na qual nos encontramos, como Oxum, se olhar no espelho, e se reconhecer nele”, disse em seu discurso.

O reitor do IFNMG, professor José Ricardo Martins da Silva, destacou essa necessidade de reflexão pelo fato de estarmos em um país tão desigual e com um cenário político e econômico turbulento. “Temos que olhar para dentro de nós para ver se estamos conseguindo fazer com que o modelo da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica esteja realmente sendo base e referência para a educação brasileira e possa ser parte da solução para o país”, disse o reitor durante a sua fala na abertura do Encontro.

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E como reforçou o diretor-geral do Campus Diamantina, professor Júnio Jáber, essa reflexão envolve pensar se os conceitos tradicionais do ensinar ainda valem para o modelo de sociedade atual. “Não podemos aprisionar o espaço formativo em paredes de uma sala de aula e em conceitos datados e vencidos. Precisamos passar a modelos de dialogicidade de ensino, com uma roupagem de ‘ensinagem’, onde aprendemos em conjunto com as pessoas, e não ensinando a elas”, reforçou.

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Os alunos do curso técnico em teatro apresentaram a peça “Silêncios Cotidianos”, criada por eles próprios a partir de exercícios nas aulas de diversidade e relações étnico-raciais e estudos da dramaturgia, com produção da professora Carla Silva e direção da professora Mariana Emiliano.

Educação emancipatória

Ainda durante a abertura, realizada na noite do dia 15 de maio no anfiteatro do Campus I da UFVJM, o professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Dante Henrique Moura, colocou em prática o exercício do refletir, indagando sobre quais as diferenças entre os diferentes projetos de educação que estão colocados no Brasil. Para o professor, a educação não pode formar exclusivamente para o mercado, para continuar operando a engrenagem que tem a economia como centralidade, sem reflexão sobre para o que serve o conhecimento. “Temos que deslocar a centralidade da dimensão econômica para a dimensão humana, que além do amplo conhecimento técnico-científico permita uma formação crítica e emacipatória, criando sujeitos autônomos, e não autômatos”, disse Dante, que destacou a necessidade de os Institutos, que operam nesta lógica ampla, construir parcerias de solidariedade e relacionamento horizontal com as escolas municipais e estaduais, que é onde se encontram a maioria dos estudantes brasileiros.

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A abertura contou com a presença do prefeito de Diamantina, Juscelino Roque, de alunos do Campus Diamantina, de servidores de todos campi do IFNMG e de autoridades da região. Mais fotos da abertura aqui.

Empoderamento das Assessorias Pedagógicas

O V Encontro do Ensino promoveu também a realização do primeiro encontro presencial dos servidores responsáveis pelos núcleos e assessorias pedagógicas dos campi do IFNMG. Os representantes de cada unidade apresentaram o histórico, ações, projetos, metodologias de trabalho, regulamentos e espaços físicos, destacando, por exemplo, trabalhos como o relacionamento com pais, alunos e docentes, o acompanhamento de estudantes com necessidades especiais, o trabalho na recepção e adaptação de alunos, o planejamento e as conversas com professores, o auxílio no plano de estudos dos alunos, a participação em bancas de seleção de professores e de trabalhos de conclusão de curso e o trabalho em conjunto com outros setores, mas também a necessidade de empoderamento efetivo dos núcleos, com conquista de espaço e reconhecimento e sistematização e aplicação correta das atribuições e do conhecimento do setor.

O Encontro da Assessoria Pedagógica contou ainda como mesa redonda, debates e com a redação da “Carta de Diamantina”, que foi lida durante o encerramento do Encontro do Ensino e em breve será disponibilizada no portal do IFNMG.

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Mais fotos do I Encontro da Assessoria Pedagógica aqui.

Discussões e encaminhamentos

Ao longo da manhã e tarde do segundo dia do Encontro de Ensino, os servidores se dividiram por 10 diferentes grupos de trabalho e após o conclamado exercício do olhar, do escutar e do compartilhar, construíram ações para colocar em prática as estratégicas delineadas no Plano Estratégico Institucional para Permanência e Êxito dos estudantes do IFNMG.

Seis grupos trataram do que pode ser melhorado no currículo, na integração e na otimização das cinco diferentes modalidades de cursos técnicos e superiores do Instituto, e os outros grupos discutiram: como escolher o curso certo, como acolher para permanecer, dificuldade de adaptação do aluno à vida escolar e política de Assistência Estudantil.

Os documentos construídos em cada grupo foram reunidos e a “Carta de Diamantina” unificada também foi lida durante o encerramento do evento.

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Mais fotos dos Grupos de Trabalho aqui

Conhecer para replicar

A quinta-feira, dia 17 de maio, foi destinada a apresentação de projetos, propostas e trabalhos diferenciados desenvolvidos nos campi do IFNMG. Os projetos interdisciplinares apresentados mostraram em comum o fato de serem constructos coletivos que fomentam a liberdade, a criticidade, o envolvimento e o diálogo dos estudantes. A ideia é que possam servirem de base e inspiração para implementação de projetos semelhantes nos demais campi.

No Clube da Robótica, do Campus Almenara, os alunos que constroem todo o protótipo de robô que levam para as disputas, o que, segundo o professor Marco Aurélio de Carvalho, desperta neles a pesquisa, a vontade de aprender e fazer, a tomada de decisões e o compartilhamento.

O Literartes, do Campus Araçuaí, envolve professores e técnico-administrativos de diferentes áreas para auxiliar os alunos a apresentarem a partir de peças teatrais, desenhos, salas temáticas e números musicais aspectos geográficos, históricos, artísticos, sociológicos e filosóficos de obras literárias escolhidas por eles. “A construção plural permite um aprendizado inovador, que não fica preso a conceitos”, disse a professora Lillian Gonçalves de Melo.

Importantes temáticas do saber e do viver dos jovens também são elementos dos projetos de Janaúba e Arinos que foram escolhidos para serem apresentados. O projeto “Geração Z in foco”, do Campus Avançado Janaúba apresentado pelo pedagogo Marcos Aurélio, promove discussões, rodas de conversa, seminários, exposições e palestras sobre temas como bullying, vícios em tecnologia, ansiedade, redes sociais e fake news. No Campus Arinos, mais de 200 alunos participam de projeto que envolve nove disciplinas para discutir gênero, corpo e sexualidade a partir de jogos, debates, análises de dados, discussões de vídeos e textos e produção de revistas produzidas pelos estudantes com diferentes gêneros textuais. O trabalho foi apresentado pela professora Priscila Franco Binato.

O aprendizado através da produção de material informativo também é um dos produtos do projeto do Campus Pirapora, cujos alunos do curso técnico em segurança do trabalho produzem o jornal “Segurança em Foco” para divulgar as ações do curso, textos investigativos, charges, visitas técnica, reflexões e curiosidades da área. “Depois do jornal, cresceu a participação e o envolvimento dos alunos com o curso”, relata o professor Anderson Ricardo dos Anjos.

A relação com a natureza e com os povos tradicionais também não ficaram de fora. Do Campus Diamantina, o professor João Motta apresentou um projeto transdisciplinar no qual os alunos aprendem ao realizarem um completo diagnóstico ambiental de uma área de proteção ambiental, com visitas, levantamento bibliográfico e elaboração de propostas para preservação e recuperação do ambiente, que tem grande potencial para geoturismo, mas também nascentes, pinturas rupestres e plantas raras. De Januária foi apresentado um projeto que proporciona aos alunos participarem de discussões e reflexões com representantes de comunidades indígenas, o que muitas vezes desconstrói estereótipos do imaginário do aluno, como sobre o uso do celular, de moradia comum e de roupas normais pelos indígenas. “Esse tipo de ação que mobiliza os alunos para um conhecimento efetivo, que pode garantir a permanência e o êxito”, destacou a servidora Elaine Cristina.

O projeto apresentado pelo professor Leonardo Humberto, do Campus Salinas, permitiu que os alunos do curso técnico em informática realizassem todo o processo de atendimento e trabalho para clientes reais com problemas reais de sistemas de informação. Os estudantes desenvolveram, por exemplo, sistema de controle de estoque para o setor de Tecnologia da Informação do Campus e um sistema de controle de atendimentos para a área de enfermagem.

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“Se temos tantos resultados que já foram testados e deram certo nos campi, porque não socializá-los e replicá-los nos outros campi?”, instigou o coordenador de programas e projetos da Pró-Reitoria de Ensino do IFNMG, Thiago Lamounier Souza.

Além do Simpósio, também foi realizada uma apresentação sobre o modelo diferenciado do curso técnico integrado do Campus Diamantina, com a fala de gestores, professores, estudantes e pais de estudantes sobre o projeto inovador do curso técnico integrado do Campus, que está estruturado através de três grandes núcleos: o núcleo Básico (Ciências da Natureza, Linguagens, Matemática e Humanidades), o núcleo Técnico (unidades curriculares específicas da formação técnica em Informática e Meio Ambiente) e o núcleo Integrador (oferta interdisciplinar de conteúdos variados a escolha dos estudantes).

As práticas transdisciplinares, inovadoras, dialógicas e livres estavam estampadas nos banners, pastas e demais materiais do Encontro, produzidos a partir de desenhos produzidos por alunos do Campus Araçuaí durante as aulas de artes do professor Ernani Calazans. “Não é nada de acadêmico, é da essência do aluno. O que vocês vêm aqui estampado não é uma teoria técnica, mas é a experiência que o aluno traz da vida dele, com um pensamento divergente, construído com a liberdade diante do que pode nos oferecer”, disse Ernani, destacando que para ele arte não é enfeite, é produção, trabalho, essência e construção de conhecimento.

Mais fotos do I Simpósio de Práticas Inovadoras aqui

Novos Encontros em Almenara

O encerramento do V Encontro do Ensino, realizado na tarde do dia 17 de maio, contou com avaliação do evento, agradecimentos especiais aos participantes e à comissão do Campus Diamantina e da Proen responsáveis pela realização do evento, falas de servidores e estudantes, apresentação musical e anúncio da sede do Encontro do Ensino de 2019. O fio condutor da reflexão, do diálogo e da construção coletiva seguirá firme. “Firmamos o compromisso de ao longo desse ano caminhar com todas as propostas levantadas. Que possamos chegar em Almenara com muito mais ações e sonhos para caminharmos. Vamos também trabalhar muito, com uma equipe entusiasta da educação para podermos fazer um belo encontro e que possa de fato contribuir com o caminhar do nosso IFNMG, como aconteceu aqui em Diamantina”, disse o diretor-geral do Campus Almenara, professor Joan Brálio.

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Mais fotos do encerramento aqui

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