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Pesquisa coordenada por professor do IFNMG com potencial de inovação tecnológica é selecionada para jornada de aceleração do Sebrae

Publicado: Terça, 30 de Março de 2021, 11h57 | Última atualização em Terça, 30 de Março de 2021, 11h57

O projeto “Desenvolvimento, fabricação e lançamento de um dispositivo para teleterapia mamária em decúbito ventral”, coordenado pelo professor Wagner Leite Araújo, do IFNMG-Campus Montes Claros, é uma das mil pesquisas com potencial de inovação tecnológica, de todo o país, que foram selecionadas na primeira etapa do Catalisa ICT, programa de aceleração e fomento de negócios inovadores de base tecnológica. O projeto envolve uma equipe multidisciplinar de pesquisadores do IFNMG, da Radialis, clínica de radioterapia da Santa Casa de Montes Claros e da Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros).

O Catalisa ICT é uma iniciativa articulada pelo Sebrae, com a parceria de entidades do ecossistema nacional de inovação, que tem como finalidade alavancar geração de riqueza e bem-estar para a sociedade. Compreende uma jornada de aceleração de negócios inovadores de base tecnológica com quatro etapas e deve durar aproximadamente quatro anos. Entre as etapas, estão previstos editais de seleção das propostas participantes, em uma lógica de funil. Ao final dessa jornada, os resultados esperados são a criação de empresas de base tecnológica por mestres/mestrandos e doutores/doutorandos; a transferência de tecnologia de pesquisadores/universidades para empresas; e a inserção de mestres/mestrandos e doutores/doutorandos, capital humano qualificado, em pequenos negócios.

Os 2.821 pesquisadores envolvidos com as mil propostas selecionadas na chamada inicial do Catalisa ICT, como o professor Wagner Leite, participam agora, da segunda etapa do processo, nomeada de "Aprender e estruturar", na qual serão apoiados com capacitações e conexões com o mercado, a fim de elaborar um plano de inovação a partir de sua pesquisa. Durante esse período de capacitações, que segue até o final do próximo mês de maio, os pesquisadores não recebem bolsas ou outros apoios financeiros. Ao final, com o plano de inovação elaborado, eles estarão preparados para pleitear fomento, por meio de um edital específico a ser lançado pelo Catalisa ICT.

A proposta

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para o Brasil, estimam-se 66.280 novos casos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2022, o que corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminina ocupa a primeira posição mais frequente em todas as regiões brasileiras.

Os dados alarmantes do Inca somados ao fato de que a radioterapia é uma das principais ferramentas para tratamento do câncer de mama ajudam a entender a relevância do projeto coordenado pelo professor Wagner Leite. Já o potencial de inovação da pesquisa “Desenvolvimento, fabricação e lançamento de um dispositivo para teleterapia mamária em decúbito ventral” diz respeito a uma alternativa de posicionamento da paciente durante a sessão de radioterapia e aos consequentes benefícios dessa técnica. Quando se trata de inovação, o segredo é a alma do negócio, então, a proposta só pode ser apresentada em linhas gerais.

Convencionalmente, a paciente submetida à radioterapia é disposta em posição supina (com a face voltada para cima) em uma rampa. Em caso de mama de grande porte, esse método de posicionamento costuma expor, desnecessariamente, à radiação ionizante os pulmões, o coração e a mama contralateral, que normalmente não é acometida pela doença. Isso potencializa os efeitos colaterais do tratamento e a possibilidade de surgimento de tumores secundários devido à exposição à radiação.

A proposta é desenvolver, fabricar e lançar um dispositivo para permitir o posicionamento em decúbito ventral, em que a paciente fica deitada num plano horizontal com o abdômen para baixo e tem a mama posicionada em um vão. Com esse método, é possível focar o tratamento apenas nos alvos clínicos, resguardando órgãos adjacentes. Além de permitir um tratamento mais eficaz, reduz-se os efeitos colaterais e o risco de a paciente desenvolver um câncer secundário.

Para que a alternativa de posicionamento durante as sessões de radioterapia de mama seja possível, é necessário o uso de sistemas mecânicos de suporte para posicionar a paciente. No momento, tais tecnologias não estão disponíveis no âmbito de desenvolvimento nacional, tornando o seu custo elevado e limitando sua aplicação por centros oncológicos. A proposta, então, é nacionalizar essa tecnologia e torná-la um empreendimento viável e atrativo. A equipe multidisciplinar envolvida no projeto elaborou um modelo computacional da proposta, que se encontra em fase final de detalhamento para a fabricação de um protótipo.

Além do professor Wagner Leite, físico com doutorado na área de engenharia nuclear, integram a equipe o professor do IFNMG-Campus Montes Claros Rafael Farias Gonçalves, da área de administração; o professor da Unimontes Lenir de Abreu Junior, da área de engenharia mecânica; e o físico médico Angel da Silva Martinez, da clínica Radialis. A pesquisa envolve, ainda, alunos de iniciação científica e tecnológica.

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