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Egresso da pós-graduação em Geoprocessamento do IFNMG-Campus Diamantina publica artigo sobre segurança pública em periódico Qualis A1

Publicado: Segunda, 08 de Maio de 2023, 08h28 | Última atualização em Segunda, 08 de Maio de 2023, 08h38

Um estudo realizado pelo egresso do curso de especialização em Geoprocessamento Aplicado, Rafael Lara Mazoni Andrade, e orientado pelo professor Bruno Lopes de Faria, do IFNMG - Campus Diamantina, analisou os impactos das medidas relacionadas à pandemia de COVID-19 sobre a ocorrência de homicídios em Belo Horizonte, Minas Gerais. O artigo "COVID-19 e clusteres de homicícios em Belo Horizonte: Análise dos impactos da pandemia sobre a distribuição espacial de crimes", oriundo da pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC),  foi publicado pela revista “Caderno de Geografia” da PUC Minas, uma das mais importantes da área no Brasil, ocupando o estrato superior de avaliação – A1 do Qualis – para o último quadriênio de avaliação.

Com base em dados oficiais acessados junto ao Observatório de Segurança Pública da Sejusp-MG, que é o órgão responsável pelas estatísticas criminais em todo o estado, os autores conseguiram mapear os locais com mais registros de ocorrência de homicídios na capital mineira entre janeiro de 2012 e setembro de 2020.

mapa.pngMapas produzidos pelos autores, disponíveis na publicação

 As áreas com maior concentração, chamadas de clusters de homicídios, foram analisadas em detalhe, para entender o impacto das medidas relacionadas à pandemia sobre a criminalidade e a violência em cada uma dessas áreas. Foi calculado, então, um modelo de simulação para comparar a diferença entre os registros de homicídios no período da pandemia e os registros que teriam ocorrido em condições normais.

Ao comparar os dados da simulação – que representam o que teria acontecido caso não houvesse impacto da pandemia – com os dados observados em abril de 2020, o primeiro mês completamente coberto pelas medidas de contenção da pandemia de COVID-19, observou-se uma redução mais significativa em três dos 18 clusters. Por outro lado, houve um aumento da violência letal contra pessoas em 4 dos 18 clusters.

mapa1.pngMapa produzido pelos autores, apresentando a diferença entre os valores simulados e observados 

Os autores utilizaram ferramentas de geoestatística para compreender o que havia causado o impacto durante o período da pandemia. Foram analisados dados relativos à segurança pública, dados socioeconômicos e dados de saúde.

Dentro da dimensão de dados de segurança pública, observa-se que a presença de projetos de prevenção da prefeitura e a presença de bases policiais móveis influencia a redução da ocorrência de homicídios. Contudo, estar dentro de um raio da base policial e receber projetos do governo estadual não são o suficiente para predizer uma redução na quantidade de homicídios.

No que tange aos dados socioeconômicos, a mudança na tendência de homicídios nos 18 clusters analisados está fortemente associada à densidade populacional. Além disso, uma quantidade média de habitantes por domicílio maior leva a uma maior chance de observar aumento na quantidade de homicídios. Quanto à desigualdade de renda, observa-se uma influência muito pequena. A maior presença de idosos e de jovens prediz o aumento na quantidade de homicídios.

Por fim, a taxa de casos de COVID-19 consegue predizer a redução de homicídios. Contudo, a taxa de óbitos por COVID-19 possui influência contrária sobre os dados – o que parece se dever a um quadro geral de ausência de normas.

 O professor do IFNMG colaborou com análises de geoprocessamento para a análise realizada pelo egresso, que atuou também como monitor voluntário na disciplina Sistema de Informações Geográficas. Os autores destacam que os conhecimentos adquiridos com a pesquisa têm grande potencial para gerar pesquisas e projetos no campus, especialmente na área de geoprocessamento. 

Fonte: www.ifnmg.edu.br/diamantina

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