Roda de conversa aborda a vida de mulheres negras a partir dos cordéis da cearense Jarid Arraes; evento foi realizado pelo NEABI do Campus Araçuaí
Jarid Arraes é uma escritora, cordelista e poetisa. Nasceu em Juazeiro do Norte, no Cariri (CE), em 12 de fevereiro de 1991. Ela é a autora do romance "Corpo Desfeito" e do premiado "Redemoinho em Dia Quente", que ganhou o Prêmio Biblioteca Nacional, o APCA de Literatura na categoria contos e foi finalista do Prêmio Jabuti. Além disso, Jarid é a mente por trás do livro de poemas "Um Buraco com Meu Nome", da coletânea "Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis" e de "As Lendas de Dandara". Atualmente, reside em São Paulo (SP), onde fundou o Clube da Escrita para Mulheres e já acumula mais de 70 títulos publicados na literatura de cordel.
Foi sobre essa a autora nordestina e sobre seus cordéis que o Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do IFNMG-Campus Araçuaí promoveu, no dia 18/12, uma roda de conversa com a pesquisadora Jiliane Móvio Santana sobre o tema “Heroínas amefricanas nos cordéis de Jarid Arraes”. A pesquisadora é doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná e autora da dissertação "Heroínas Negras Brasileiras, de Jarid Arraes: perspectivas dos feminismos descoloniais na construção da narrativa de cordel", defendida em 2021 pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
A partir do seu percurso de pesquisa em Estudos de Linguagens, Jiliane Santana dialogou com os presentes sobre a forma com que Jarid Arraes mobiliza os cordéis como ferramenta política de visibilização e reconhecimento das experiências de mulheres negras brasileiras na formação cultural, política e social do país. Além de discutir sobre as trajetórias de vida das mulheres negras biografadas nos cordéis de Jarid Arraes, a partir dos referenciais do feminismo negro, foi possível refletir panoramicamente sobre a literatura de cordel e sobre as estratégias da cordelista ao publicar a coleção de cordéis “Heroínas Negras Brasileiras” nos suportes folheto e livro, bem como sobre a incidência de projetos literários contrahegemônicos no campo editorial brasileiro.
O evento encerrou-se com a recitação de um cordel de autoria de Júlia Gomes e de um slam de Thaisa Martins.
Redes Sociais