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Pesquisador do IFNMG é contemplado com R$ 700 mil para investigar como os mosquitos vetores de doenças e as pragas agrícolas se espalham no Brasil

Publicado: Terça, 02 de Julho de 2024, 18h59 | Última atualização em Terça, 02 de Julho de 2024, 19h10

O projeto intitulado “Como os mosquitos vetores de doenças e as pragas agrícolas se espalham tão rapidamente por todas as regiões do Brasil, causando problemas econômicos e de saúde?”, de autoria do professor Filipe Vieira Santos de Abreu, servidor do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Campus Salinas, receberá do Instituto Serrapilheira o investimento de R$ 700 mil para serem usados ao longo de 5 anos. 

Filipe Vieira Santos de Abreu é professor efetivo do IFNMG e doutor em Biologia Parasitária pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FioCruz), com período de doutorado sanduíche no Institut Pasteur de Paris. Possui diversos trabalhos e pesquisas na área de zoonoses transmitidas entre mosquitos e primatas-não-humanos na perspectiva da saúde única.  A execução do projeto aprovado pelo Instituto Serrapilheira tem como objetivo avaliar se insetos vetores e pragas estão sendo carregados por ventos em grandes altitudes.

“A gente vai tentar verificar se os mosquitos, vetores de doenças como febre amarela, febre oropouche, dengue, zika e chikungunya, bem como as pragas agrícolas,  estão se aproveitando de correntes de vento na parte alta da atmosfera para se dispersarem para outras regiões, espalhando, assim, as doenças ou causando prejuízos econômicos em lavouras, por exemplo”, explica o pesquisador. 

Filipe AbreuO pesquisador Filipe Vieira Santos de Abreu é professor efetivo do IFNMG-Campus Salinas. Possui experiência em ecologia química e comportamental de Aedes aegypti e atualmente se dedica à pesquisa de zoonoses transmitidas entre mosquitos e primatas-não-humanos, com foco na saúde única, investigando arboviroses e sua epidemiologia
 

De acordo com o pesquisador contemplado, o projeto prevê bolsas de iniciação científica para estudantes, bem como bolsas para apoio técnico e de mestrado e doutorado. “Haverá diversos servidores que vão também ajudar na execução desse projeto. Vai ter bastante gente envolvida, tanto do IFNMG quanto de outras universidades, inclusive do exterior. Também vamos fazer parte do campo de treinamento na África. Depois, objetivamos formar recursos humanos aqui também, no Norte de Minas”, informa Abreu. 

No total, foram contemplados 20 cientistas. No estado de Minas Gerais, além do Filipe Abreu, foi contemplado também o pesquisador Guilherme Oliveira, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (MG). De São Paulo foram contemplados oito cientistas; no Rio de Janeiro, dois; no Amazonas, dois também. Os demais lugares que completam o resultado final são Paraná, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Pernambuco e o Distrito Federal, tendo sido contemplado um projeto de cada uma dessas unidades federativas. 

Hipótese formulada e método para testar a ideia proposta 

Para testar essa hipótese, serão utilizadas armadilhas suspensas em balões de hélio a até 200 metros de altura. Filipe conta que essa metodologia de trabalho foi empregada na África: “Foi demonstrado no continente africano que o principal transmissor da malária, que é o  mosquito Anopheles, é capaz de pegar essas correntes de vento. O mesmo acontece com vários tipos de pragas agrícolas de lá. A gente quer saber se o mesmo fenômeno pode estar acontecendo aqui no Brasil”.

As etapas para a execução do projeto já estão planejadas. Conforme reitera o coordenador do projeto,  serão usados balões meteorológicos inflados com hélio que serão suspensos até 200 metros de altura. Os balões ficarão presos no chão para não voarem e sumirem. 

“Amarrados ao balão, estarão quatro painéis. Quatro armadilhas, como se fosse um pano branco com cola. Um painel vai ficar suspenso a 200 metros, outro a 150 metros, outro a 50 metros e outro abaixo do nível do solo para interceptar o voo. Desse modo, será possível identificar se terá algum inseto se dispersando. Os insetos que estiverem pegando carona no vento poderão ficar grudados no pano branco. A localização dos pontos para o experimento ainda não foram definidos, mas haverá diferentes pontos em Minas Gerais e, talvez, até em outras regiões do Brasil”, descreve o servidor. 

Imagem pesquisa Imagem enviada pelo pesquisador Filipe Abreu para demonstrar as armadilhas suspensas em balões de hélio e as etapas para a execução do projeto contemplado com os R$ 700 mil. Fonte: doi 10.1093/jme/tjad033
 

Visibilidade do conhecimento científico

Criado para valorizar o conhecimento científico e aumentar sua visibilidade, ajudando a construir uma sociedade cientificamente informada e que considera as evidências científicas nas tomadas de decisões, o Instituto Serrapilheira é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que promove a ciência no Brasil. Assim é descrita pelo próprio Instituto Serrapilheira a caracterização da sua atuação como uma incentivadora da ciência brasileira. 


O Instituto Serrapilheira tem três programas: Ciência, Formação em Ecologia Quantitativa e Jornalismo & Mídia. O projeto “Como os mosquitos vetores de doenças e as pragas agrícolas se espalham tão rapidamente por todas as regiões do Brasil, causando problemas econômicos e de saúde?” faz parte do programa “Ciência”, que lançou em 2023 a 7ª chamada pública de apoio à ciência. Clique aqui e saiba sobre a chamada que selecionou o projeto do professor que receberá R$ 700 mil para execução do projeto

“Essa chamada que eu concorri foi destinada a jovens cientistas. Para participar dela, era preciso ter no máximo cinco anos de defesa do doutorado, que é o meu caso, ou no máximo cinco anos que passou no concurso de alguma universidade ou instituto federal. O edital previa que os projetos apresentassem ideias que fossem ousadas e arriscadas. Não poderia ser a proposta de um projeto tradicional. O projeto que vamos executar é um projeto com uma dose de inovação e ousadia e com grande chance de que alguma coisa não sair como o esperado”, aponta Filipe Abreu. 

A 7ª chamada pública de apoio à ciência, do Instituto Serapilheira, recebeu 487 propostas e apenas 20 projetos foram selecionados. Clique aqui e conheça os cientistas contemplados.

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