No dia 15 de março de 2023, numa quarta-feira, vivenciamos o fechamento do projeto sobre a identidade Norte-Mineira e do Jequitinhonha. Participaram todas as turmas de todos os cursos técnicos integrados ofertados pela instituição (técnicos em Agroindústria, Agropecuária e Informática). Numa exibição plural, foi montada uma galeria de arte no ginásio do Campus, local que abrigou 95 trabalhos artísticos e culturais enquadrados em 4 temáticas: as relações com o campo; as relações com a água; as relações com as cidades e temas variados.
Foram trabalhos muito diversos, abrangendo, entre outras artes, pintura, colagem, escultura, memorabilia (exposição de objetos antigos), música. Tudo deu vida à galeria. Os alunos puderam, por intermédio do projeto em questão, mostrar toda sua potência criativa. Em outra ponta de ação, professores dos núcleos de Humanas e Linguagens entraram em uma fina sintonia ao orientar os trabalhos dos alunos. Este foi, de fato, um projeto de várias mãos; a soma de contribuições possibilitou o nascimento da galeria. É de se destacar que a interação de forças entre os alunos e o professorado garantiu o sucesso da empreitada.
Na sexta-feira, da mesma semana, dia 17 de março de 2023, realizou-se no galpão do Campus, a culminância do projeto Literartes, coordenado pela professora Patrícia Ramires (língua portuguesa) em parceria com os professores Alex Campos (literatura) e Ana Clara Meira (também docente de língua portuguesa) com a participação de todas as turmas de 2.º ano de todos os cursos.
Durante os turnos matutino e vespertino dos respectivos dias 15 e 17, a comunidade escolar pôde visitar a galeria montada e assistir à apresentação de peças inspiradas em clássicos da literatura brasileira. Todos os aspectos das encenações, do cenário ao figurino, da direção à figuração, do roteiro à trilha sonora, foram pensados pelos estudantes, sob a orientação dos professores.
O espetáculo começou com a peça Memórias póstumas de Brás Cubas, apresentada pela turma Agroindústria B. Nessa leitura do romance de Machado de Assis, é a alma feminina do narrador que conta suas memórias. Durante a peça, houve performances de dança e canto.
A seguir, teve início a representação de Noite na taverna, pensada a partir dos “contos fantásticos” de Álvares de Azevedo. A trilha sonora e a caracterização das personagens e do ambiente boêmio são alguns dos destaques dessa leitura apresentada pela Informática B.
A Informática A, por sua vez, apresentou sua leitura d’O alienista, de Machado de Assis. Numa solução dramática bem ao estilo desse autor, a narradora da trama foi também ela encarcerada na Casa Verde – um dos vários momentos de tensão e de reviravolta da peça.
O espetáculo retornou à tarde já com muita emoção: Morte e vida severina, de João Cabral, foi o primeiro auto a ser apresentado. Entre outros elementos trazidos pela Agroindústria A, merecem destaque a representação plural do protagonista e a trilha com motivos sertanejos.
O público pôde, depois, acompanhar a última representação de obra de Machado de Assis: Dom Casmurro, com a Agropecuária A. Novamente, a mais famosa dúvida da literatura brasileira se fez presente, assim como toda a poesia de uma trama de amor, amizade e ciúme.
O remate do espetáculo se deu com mais um auto: o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Não foram poucas as risadas que a apresentação da Agropecuária B arrancou do público, também encantando com as atuações impecáveis, incluindo a da cachorra (!) de Dora.
Todas as apresentações suscitaram, em diversos momentos, aplausos da plateia. Carlos Drummond de Andrade escreveu, n’ O avesso das coisas: "Cinema e televisão divertem; teatro emociona." O projeto Literartes propiciou à comunidade um momento mágico e, aos alunos, a oportunidade de apresentar seus talentos em diversas artes e linguagens. Que venham mais projetos como estes!
(Texto produzido pelos Docentes dos Núcleos de Humanas e Linguagens)
Registros fotográficos: Identidade Norte-Mineira e do Jequitinhonha
Registros fotográficos: Projeto Literartes
Redes Sociais