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Estudantes do IFNMG relatam as experiências que estão vivenciando em Portugal

Publicado: Quinta, 01 de Novembro de 2018, 19h49 | Última atualização em Quinta, 01 de Novembro de 2018, 20h59

Há quase dois meses, oito estudantes do IFNMG fizeram as malas para uma temporada de um semestre letivo em Portugal, de setembro de 2018 a fevereiro de 2019. Eles foram selecionados por meio do Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional, que ofereceu seis vagas pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e duas vagas pelo Instituto Politécnico de Santarém (IPS) com custeio de passagens aéreas e auxílio financeiro.

Ana Carolina Vaz de Lima, do Campus Arinos, Camila Oliveira Guedes dos Santos, do Campus Januária, Eveline Mendes da Silva, do Campus Almenara, Igor Alberte Rodrigues Eleutério, do Campus Montes Claros, Matheus Barbosa Nobre, do Campus Pirapora, Marcus Vinícius Miranda Aguilar e Luiz Antônio Teixeira Neto, do Campus Salinas, e Pierre Pinheiro da Silva, do Campus Araçuaí, já têm muita história para contar. Em conversa com todos eles, foi possível saber como está sendo o processo de adaptação, se eles sentem saudade do Brasil, dos amigos e da família e, principalmente, o que estão achando do enriquecimento cultural e das experiências que servirão para a formação profissional e para a vida.

O avanço da internacionalização do IFNMG

A servidora responsável pela mobilidade acadêmica no Instituto, Roberta Silva Santos, destaca que o Instituto está avançando paulatinamente em relação à internacionalização. “Estamos quebrando paradigmas ao sair das paredes da instituição e buscando intercambiar conhecimentos para poder competir em níveis de igualdade com as melhores instituições de ensino superiores nacionais e estrangeiras”, analisa Roberta.

Realmente o IFNMG está avançando em suas oportunidades de mobilidade acadêmica. Desta vez, oito alunos puderam ser enviados. Embora pareça um número pequeno, foi a primeira vez que o Instituto enviou essa quantidade por meio de um único processo de seleção. E detalhe: era pré-requisito do edital não ter sido contemplado com bolsa de graduação sanduíche no exterior e não ter sido contemplado com bolsa do Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional da Rede Federal de Ensino. Todos os oito intercambistas nunca tinham saído do Brasil, nem para passear.

A estudante do 9º período do curso de Agronomia Ana Caroline Vaz, que compõe esse grupo, orgulha-se da oportunidade que está tendo. Diz não sentir falta do Brasil, principalmente porque quer aproveitar ao máximo todas as experiências que o intercâmbio proporciona. “Geralmente, em uma fase do curso nos acomodamos, mas uma mudança radical de cultura e ensino faz com que saiamos da nossa zona de conforto. Isso gera maturidade, crescimento profissional, proatividade e resiliência”, afirma.

Adaptação

Morar no exterior não é só flores. O estrangeiro precisar estar disposto a se adaptar a uma nova cultura, que, muitas vezes, abrange mudança de hábitos alimentares, de rotina e, sobretudo, respeito às diferenças. Eveline Mendes da Silva, do 8º período do curso de Engenharia Agronômica, vivenciou essas primeiras dificuldades de adaptação na pele, ou melhor, pela boca. “A maior dificuldade inicialmente para me adaptar foi em relação à alimentação. Devido à diferença cultural, aqui em Bragança não se tem o costume de comer feijão no almoço, como no Brasil, sendo que a base alimentar aqui são massas”, relata Eveline.

Camila Oliveira Guedes dos Santos, acadêmica do 6º período de Administração, compreende a colega e argumenta que essas diferenças também colaboram para uma experiência ainda mais proveitosa do intercâmbio. Ela exemplifica: “Estou vivenciando novas experiências, tanto no âmbito profissional quanto no âmbito pessoal, conhecendo novas culturas e aprendendo novas formas de ver e me comportar diante de situações adversas”.

Há quem inclusive garante que descobriu novas habilidades. “Morei sempre com a minha família e nunca precisei me preocupar muito com coisas como lavar roupa e fazer comida. Aqui é bastante diferente: além de estudar em um ambiente totalmente diverso, preciso me atentar a essas coisas mais rotineiras. Isso tem me feito muito bem: tenho me descoberto um excelente cozinheiro, modéstia à parte”, diz entre risos Igor Alberte Rodrigues Eleutério, do 8º período do curso de bacharelado em Ciência da Computação.

Oportunidades

Luiz Antônio Teixeira Neto, que cursa o 6º período de licenciatura em Ciências Biológicas, garante que não tem uma rotina muito diferente da que tinha no Brasil. De segunda a quinta-feira, ele tem aulas pela manhã e à tarde. À noite, ele fica em casa, prepara o jantar, estuda e conversa com familiares e amigos. Aos finais de semana, aproveita o tempo livre, vai ao teatro ou aos pubs e, claro, realiza afazeres de casa, como limpar o quarto ou lavar roupas. Talvez a grande diferença esteja nas novas oportunidades, já que até conheceu outro país, a Espanha, e na nova família.

Ele mora com mais dez pessoas, das quais sete são também brasileiros (e desses sete, três são também mineiros). Os outros três são de países diferentes, a saber: Índia, Armênia e Croácia. “A convivência é bastante amigável e torna-se conveniente também morar com outros brasileiros, uma vez que compartilhamos muitos hábitos semelhantes. Com os estrangeiros, comunicamo-nos em inglês. A casa é grande, tem dois andares, e todos os moradores têm um quarto para si ou dividem com mais uma pessoa, como é o meu caso”, descreve o acadêmico, que considera o intercâmbio uma oportunidade ímpar em diversos aspectos.

Para sustentar sua visão, ele até ensina que a etimologia da palavra intercâmbio diz muito, já que câmbio tem seu escopo semântico encerrado em “troca” e cambiar – o verbo – significa literalmente “trocar”; inter é um prefixo que pode ser traduzido como “entre um e outro”, uma expressão de reciprocidade, ou, nesse caso em particular, “entre um país e outro”.

“Intercâmbio, então, nada mais é do que uma troca entre um país e outro, e acredito que realmente não haja uma palavra mais adequada do que troca para explicar as experiências proporcionadas por esse processo. Durante o intercâmbio, tem-se experiências culturais, linguísticas, religiosas, sociais, econômicas, humanas e ambientais. E troca tem sempre uma acepção muito positiva, afinal todos que trocam algo saem ganhando!”, assegura o graduando.

Vencendo desafios

Mesmo com a diferença de quatro horas no fuso horário, o que foi uma grande dificuldade para o acadêmico em Administração Matheus Barbosa Nobre, ele resolveu encarar esse e outros desafios. E se ele está ganhando? Ele mesmo responde: “Estou tendo a oportunidade de estudar disciplinas que não teria no curso e que acrescentarão novos conhecimentos à minha formação”. “O que são quatro horas de diferença frente a essa oportunidade?” questionarão os leitores. Matheus sabe disso, tanto é que conta: “Eu não teria condições de fazer esse intercâmbio por conta própria”.

Não é só Matheus que não teria condições. Apenas 220 mil pessoas no Brasil tiveram condições de fazer intercâmbio em 2015, segundo a Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais (BELTA). Parece até um número elevado, mas lembre-se de que o Brasil possui 209,3 milhões de habitantes, ou seja, 220 mil não chega nem a 1% da população brasileira, ressalvadas as variáveis que separam jovens, adultos e idosos da classificação como público-alvo das oportunidades de estudar no exterior.

Diante desse cenário, Matheus faz questão de compartilhar suas experiências com familiares e amigos. “Conversamos sobre as novidades que encontro por aqui e tento passar para eles um pouco da experiência que estou vivenciando. E o intercâmbio é uma experiência incrível. Vale a pena realizar esse sonho, pois o cidadão agrega uma série de conhecimentos e ainda contribui para o seu amadurecimento”, sustenta.

Uma das formas de se conseguir uma oportunidade dessa é concorrer a processos de seleção que distribuem bolsas de estudo. Mas para que o objetivo seja alcançado Pierre Pinheiro da Silva, estudante de Tecnologia em Gestão Ambiental, enfatiza que participar de atividades extracurriculares, independentemente se vai dar certificado ou nota, é um caminho para conquistar esse tipo de oportunidade. Ele tem razão. Muitos processos avaliam positivamente a proatividade de quem participa de eventos e são voluntários.

Pierre aproveitou inclusive o próprio intercâmbio para ser voluntário numa instituição de idosos em Portugal. E falando nesse país, Pierre só tem elogios. “Estou muito encantado com Portugal, visitei duas aldeias próximas: uma delas é considerada uma das sete maravilhas de Portugal (Rio de Onor), visitei também uma cidade na Espanha, próxima a Bragança, Puebla de Sanabria. Além disso gosto de caminhar por Bragança, moro no centro histórico perto de vários museus, igrejas e um castelo medieval. A cultura portuguesa é muito diferente, aqui ouço todos os idiomas e converso com pessoas do mundo inteiro, o país sempre apostou na interculturalidade, faz parte da história portuguesa o conhecimento do outro”, afirma. Coincidentemente, ou não, todo o intercambista também tem essa essência de conhecer o outro, o diferente, enfim, o mundo.

Mais uma oportunidade

O IFNMG lançou hoje mais um edital de mobilidade acadêmica. Acesse o Edital n° 378/2018 de Chamada Pública para candidaturas ao Programa de Mobilidade Acadêmica em Portugal e saiba mais.

 

Ana Carolina

Ana Carolina Vaz confessa que no início foi difícil se acostumar ao fuso horário e ao frio, mas nada disso a impede de desfrutar das oportunidades que um intercâmbio proporciona

 

Camila copiar

Camila Oliveira (blusa rosa) está estudando e fazendo estágio voluntariado na área de cuidados com crianças e idosos. Ela conta que está adorando a experiência e garante que vale a pena o esforço para conseguir a oportunidade de morar fora

 

Eveline

Eveline afirma que o ensino de Portugal e do Brasil se assemelham. Ela está cursando duas disciplinas, fazendo estágio na área de agrárias e trabalho voluntário

 

Marcos

"Em Portugal, já pude visitar algumas cidades como, por exemplo, Porto e Lisboa. Também conheci a Espanha. Fui visitá-los com o objetivo de conhecer a cultura, culinária e pontos turísticos", diz Marcos 

 

Igor

"É uma experiência realmente fantástica! Conhecer outras pessoas e outras culturas é algo realmente bom. Acrescenta-nos muito enquanto seres humanos, porque quando conhecemos o outro, temos a oportunidade de nos entender melhor. E é importante dizer que esforço é essencial para o sucesso. Querer e se esforçar são duas coisas poderosas!". afirma Igor, o que tirou a selfie

 

Luiz

Luiz em Orla de Matosinhos, na cidade do Porto, em Portugal. Luiz fala que em constante comunicação com sua família e amigos: "Conversamos diariamente sobre as diferenças entre Brasil e Portugal, em relação ao clima, à vegatação, à língua, à cultura, aos costumes e sobre muitas outras coisas"

 

Matheus

Matheus estuda cinco disciplinas na área do curso, três delas são do curso de Gestão de Empresas

 

Pierre

Pierre estuda em Portugal as matérias: Ética Ambiental, Metodologias de Investigação, Fundamentos da Educação Ambiental, Língua Estrangeira Inglês e faz estágio voluntário 

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