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Dia Mundial da Água: Antes que seja tarde demais

Publicado: Terça, 26 de Março de 2019, 07h21 | Última atualização em Terça, 26 de Março de 2019, 07h24

O Dia Mundial da Água foi comemorado na última sexta-feira, 22 de março. Para celebrar a data e o que ela representa, o portal do IFNMG preparou três matérias sobre projetos desenvolvidos em seus campi com foco na preservação desse recurso essencial à vida. Nesta terceira matéria, vamos conhecer o projeto do Campus Januária que está fazendo o diagnóstico hidroambiental do Riacho da Cruz.

Riacho da Cruz 1

Baixa vazão e trechos totalmente secos são uma realidade preocupante no Riacho da Cruz

Há um ano, o engenheiro agrônomo e professor do IFNMG-Campus Januária Antonio Fabio Silva Santos coordena o projeto “Diagnóstico Hidroambiental do Riacho da Cruz, na Bacia do Alto São Francisco”. Como o próprio nome indica, a proposta é diagnosticar as condições do meio ambiente, o nível de conservação e a balneabilidade das águas do Riacho da Cruz, cuja bacia hidrográfica está situada nos municípios de Cônego Marinho e Januária, no Norte de Minas Gerais, ocupando uma área de cerca de 1.624 km².

Para tanto, como explica Antonio Fabio, o projeto prevê o diagnóstico, com auxílio de um protocolo de avaliação rápida de rios, das condições do meio ambiente e do nível de conservação em quatro pontos do Riacho da Cruz. Também fazem parte do trabalho de diagnóstico, o enquadramento do Riacho segundo as classes definidas pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para esse enquadramento – Resolução CONAMA nº 357/2005. Além disso, serão analisadas as condições de balneabilidade, com base nos critérios definidos pela Resolução CONAMA nº 274/2000.

Com os resultados encontrados, será possível entender a atual situação ambiental do Riacho da Cruz e apresentar as medidas mitigadoras para os danos encontrados. Será possível, de acordo com o coordenador,  “orientar o poder público e os cidadãos sobre o que deve ser feito, e como, para preservar toda área da calha do curso hídrico, de tal forma que este esteja preservado e com água de boa qualidade para a atual e as futuras gerações”.

Situação atual

Para dar uma ideia da importância do trabalho de preservação com foco no Riacho da Cruz, Antonio Fabio conta que sua bacia hidrográfica é a principal de Cônego Marinho, município com cerca de sete mil habitantes e que tem a agricultura como maior fonte de renda. E a situação em que o riacho se encontra atualmente também reforça a necessidade de intervenção. Segundo o professor, no local onde seria a principal nascente, apesar de situada em uma reserva ambiental particular e ter a vegetação do entorno bem preservada, já não corre água. No meio do curso do rio, a água volta a correr, ora por trechos bem conservados, ora por trechos sem conservação, principalmente nas proximidades de regiões urbanizadas, que revelam claros sinais da interferência humana. Próximo à foz, onde deveria desaguar no São Francisco, o cenário é o pior: não há vestígios de que corre água ali há alguns anos, nem mesmo nos períodos chuvosos, e há muitos reflexos da interferência humana, numa área de vegetação muito pouco conservada.

Riacho da Cruz 2

Bolsistas de iniciação científica participam do diagnóstico da situação do Riacho da Cruz

A população ribeirinha sofre com a baixa vazão e com a falta de água em muitos trechos. Onde ainda correm, as águas do Riacho da Cruz “são primordiais para a irrigação de culturas anuais como o feijão e a mandioca, assim como da cana-de-açúcar, para produção de cachaça”, diz Antonio Fabio. E a baixa vazão não é o único dos problemas. A equipe do projeto realizou análises físico-químicas e microbiológicas da água no período de seca e das chuvas e, apesar de os dados ainda estarem em processamento, já foi possível identificar alta carga de coliformes fecais e presença de Escherichia coli (bactéria que pode causar infecções) em alguns trechos. “Nos poucos locais onde ainda há água, a mesma encontra-se contaminada, sendo imprópria para o consumo humano”, avalia o coordenador.

Dhenny Costa da Mota, aluna do 7° período do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental e bolsista do projeto, foi a campo para aplicar o protocolo de avaliação rápida, coletar água, fazer medições e o registro de imagens do rio. Para ela, de tudo o que pôde observar, o mais impactante em relação ao estado de conservação do riacho foram a erosão e a presença de lixo. A estudante acredita que o projeto será importante para conscientizar a população local sobre a necessidade de preservação do riacho e seu entorno e, consequentemente, para reduzir a quantidade de resíduos sólidos que são descartados ali. Ela aposta, ainda, na conscientização das pessoas sobre o risco de contaminação durante a prática de atividades esportivas nas águas do Riacho da Cruz.

Também participam do projeto as professoras Patrícia Conceição Medeiros (IFNMG-Campus Januária) e Mônica Durães Braga (Faculdades Santo Agostinho), as acadêmicas de Engenharia Agrícola e Ambiental Diana da Mota Guedes e Érica Aparecida Ramos da Mota, além da técnica em Informática Maria Luísa Martins Rodrigues.

 

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