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Professora Maíra do Campus Teófilo Otoni Palestra no Congresso Latino-Americano de Agroecologia

Publicado: Quinta, 21 de Setembro de 2017, 09h31 | Última atualização em Quinta, 21 de Setembro de 2017, 09h31

 

O painel “Manejo da biodiversidade local para a conservação do controle biológico e insetos benéficos na agricultura” realizado hoje (14/09) no Congresso de Agroecologia 2017 apresentou iniciativas de sucesso realizadas em diferentes regiões brasileiras para controle de pragas agrícolas baseadas exclusivamente no uso de práticas agroecológicas. Como base comum, todas preconizam a heterogeneidade de cultivos com um diferencial: utilizam os componentes da biodiversidade, no caso inimigos naturais das pragas, de forma racional e sustentável. O painel, moderado pelo pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Edison Sujii, contou com a participação das pesquisadoras Madelaine Venzon (Eámig); Alessandra Silva (Embrapa Agrobiologia) e Maíra Rezende (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Teófilo Otoni), além do pesquisador Pedro Togni (UnB).

 

Um dos pontos que diferencia a agroecologia da produção orgânica é a diversidade de cultivos nas propriedades. Na produção orgânica, assim como na agricultura convencional, predominam os monocultivos, só que ao invés de produtos químicos, são utilizados inseticidas biológicos. Já a agroecologia é calcada no consórcio de culturas agrícolas, o que favorece a proliferação de inimigos naturais específicos dos ecossistemas com potencial para controlar as pragas agrícolas.
Nesse modelo, chamado de controle biológico conservativo, os cientistas buscam formas de otimizar a capacidade natural desses organismos para que sejam mais efetivos no controle das pragas. É a biodiversidade funcional a serviço de práticas agrícolas mais sustentáveis.
Mas, muitas vezes, isso não é possível e os agricultores têm que recorrer ao controle biológico aplicado, que prevê a introdução de inimigos naturais não pertencentes àquele ecossistema. Todos os casos apresentados no painel são exemplos de sucesso do controle biológico conservativo.

 

 

Da esquerda para direita: Maíra Rezende, Pedro Togni, Madelaine Venzon e Alessandra Silva - Foto: Fernanda Diniz

 

Biodiversidade funcional em prol do controle biológico conservativo

 

A pesquisadora da Epamig Madelaine Venzon apresentou o trabalho que vem sendo realizado na Fazenda Experimental da Empresa em Minas Gerais para controle biológico de pragas da pimenta, como o ácaro branco e o pulgão. Ela destacou os bons resultados obtidos com o uso de plantas espontâneas para incrementar a população de inimigos naturais dessas pragas, entre os quais estão joaninhas, que chegam a atingir um índice de 76% na mortalidade do ácaro, associadas a aranhas e outros insetos. O objetivo é manter os predadores naturais vivos mesmo na ausência das presas (pragas).

Essa também é a motivação da pesquisadora da Embrapa Agrobiolgia Alessandra Silva. Ela estuda formas de utilizar a biodiversidade local em prol da conservação dos agentes naturais de controle biológico. Na Fazendinha Agroecológica da Unidade em Seroédica, RJ, Alessandra e sua equipe investem em métodos para fornecer subsídios à sobrevivência dos inimigos naturais, como: abrigo, condições de acasalamento. Pólen, néctar e oviposição.

Os estudos conduzidos na Embrapa Agrobiologia mostraram que vários tipos de plantas apresentam potencial de uso na diversificação funcional. Entre essas, destacam-se: ornamentais, aromáticas, adubos verdes, espontâneas, forrageiras e cultivadas.

A pesquisadora do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Teófilo Otoni apresentou as pesquisas que vem realizando para com árvores de Ingá no controle de pragas do café, como a broca e o bicho mineiro na Zona da Mata. O trabalho, desenvolvido em parceria com pequenos agricultores do Núcleo Mucuri de Agroecologia no Vale do Mucuri, proporciona troca de saberes e mostra que o Ingá pode aumentar o controle natural de pragas, além de beneficiar a produção do café. “É a agrobiodiversidade funcional em ação”, destacou Maíra.

O último palestrante, Pedro Togni da Universidade de Brasília (UnB) falou sobre o projeto desenvolvido em parceria com a Emater-DF e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em 2008 para apoiar agricultores familiares do Distrito Federal na transição agroecológica de suas propriedades agrícolas. Essa concepção de desenvolvimento baseada na sustentabilidade é feita de forma participativa com os agricultores através de modelos tecnológicos menos agressivos ao meio ambiente visando à produção de alimentos limpos.

Cerca de 150 produtores rurais participam desse projeto. Togni apresentou o exemplo de uma propriedade rural que foi redesenhada para se adequar ao modelo agroecológico. Segundo ele, o consórcio entre cultivos de tomate e coentro proporcionou bons resultado no controle da mosca branca, que é uma das piores pragas do tomate e de outras culturas porque além de prejudicar diretamente as plantas, é também vetor de doenças. Aliado ao bom desempenho no controle biológico, o coentro ainda pode ser vendido, o que significa outra fonte de renda para o agricultor.

Fernanda Diniz (MTb 4685/DF) 
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia 
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Telefone: (61) 3448-4768

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

 

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