NEABI do Campus Araçuaí promove Ciclo de Formação na Aldeia Cinta Vermelha
Nos dias 10, 11 e 12 de agosto, aconteceu o I Ciclo de Formação do NEABI - Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas - Campus Araçuaí com a temática “Os novos caminhos passam pelo coração dos antepassados”. O evento ocorreu na Aldeia Cinta Vermelha Jundiba – Pankararu/Pataxó, localizada no município de Araçuaí MG.
O Ciclo de Formação é um dos instrumentos para concretização dos objetivos e desenvolvimento das atribuições do NEABI do Campus Araçuaí. Seu objetivo específico é contribuir para o reconhecimento e a valorização das matrizes civilizatórias dos povos indígenas, africanos e afro-brasileiros na construção do nosso país. A proposta é organizar e fortalecer processos formativos que resistam às distorções, invisibilização e inferiorização que tem pesado sobre os legados culturais, econômicos e políticos dos povos originários e afro-brasileiros, tentando combater os efeitos duradouros (sempre atualizados) da escravização, do colonialismo e da marginalização social.
Para fazer jus as lutas que justificam sua existência, o NEABI Campus Araçuaí perseguiu uma metodologia de construção marcada pelo diálogo intercultural que pressupõe, como todo diálogo democrático deveria demandar, horizontalidade. A organização do evento mobilizou todos/as integrantes da Aldeia Cinta Vermelha Jundiba Pankararu/Pataxó.
Sob a liderança do cacique Ivanildo Cardoso da Silva (To’ê Pankararu), contribuiu na organização Maria Luiza Moreira Santos Souza (Aranã) e Geralda Soares, ativista histórica e uma das mais importantes indigenistas de Minas Gerais, todos/as integrantes do NEABI Campus Araçuaí. O apoio do Museu Araçuaí e da Comissão das Comunidades Quilombolas do Vale do Jequitinhonha (COQUIVALE) foram fundamentais.
O evento contou com a participação de representantes das etnias Mokuriñ, Maxakali, Pankararu, Pataxó, Aranã . Compareceram também pesquisadores/as que se dedicam à temática indígena como Nádia Maria Jorge Mederios (UFVJM), estudiosa das práticas matemáticas e da língua do povo Krenák, Heiberle Hirsgbere Horácio (UNIMONTES), pesquisador da religiosidade do povo indígena Xakriabá, Fabiano José Alves de Souza (UNIMONTES), estudioso das manifestações culturais dos Pataxós. Também marcaram presença o fotógrafo Lori Figueiró, a artista plástica Lira Marques e representates dos Movimentos Culturais do Vale do Jequitinhonha como Angela Freire. Os NEABs e/ou NEABIs da UFVJM, Campus Diamantina, UNIMONTES, Campus Montes Claros e dos Campi Salinas e Almenara do IFNMG enviaram representantes.
Em breve teremos o II Ciclo de Formação do NEABI. O diálogo entre as instituições de ensino e os povos e comunidades tradicionais e os movimentos sociais não deve perder de vista que os conhecimentos e lógicas hegemônicas são etnocêntricas e hierárquicas. É sempre preciso avaliar se estamos conseguindo destituir as regras e normas do discurso hegemônico logrando assim cessar, no plano simbólico, as violências históricas às quais as minorias estão historicamente submetidas. O I Ciclo de Formação do NEABI demonstrou que a construção de uma práxis pedagógica interétnica é o caminho.
Para saber mais sobre o NEABI e os próximos Ciclos de Fomação, entre em contato pelos e-mails: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Texto: Professor Rone Silvério, Campus Araçuaí. Fotos: Jô Pinto e Lori Figueiró
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