Professora do IFNMG realiza pesquisa sobre avaliação institucional
Com o objetivo de estudar o processo de autoavaliação e de constituição do IFNMG, a professora de Língua Espanhola, do Campus Montes Claros, Valesca Rodrigues de Souza, pesquisou durante o mestrado, desenvolvido na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), a temática da avaliação institucional. O trabalho culminou na dissertação A autoavaliação proposta pelo SINAES no contexto de mudanças da educação profissional e tecnológica: um estudo de caso no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, defendida em 2010.
De lá pra cá, a professora deu prosseguimento aos estudos e, entre os trabalhos produzidos, escreveu o artigo A Autoavaliação Institucional na Construção da Identidade do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, que foi apresentado no 2º Simpósio de Avaliação da Educação Superior 2016 (Avalies 2016). O evento foi realizado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nos dias 31 de agosto e 1º e 2 de setembro.
De acordo com a professora, o processo de avaliação institucional possibilita à instituição se autoavaliar e, portanto, conhecer suas fragilidades e potencialidades. “Foi possível verificar que a Avaliação Institucional tem o potencial de auxiliar na criação de uma cultura de reflexão e construção coletiva. Para tanto, é essencial que a gestão institucional assuma-a como exercício de autonomia e de responsabilidade social garantindo o desenvolvimento contínuo e permanente do processo. Ao entender o processo de autoavaliação como uma ferramenta de gestão para o cumprimento da sua missão, o IFNMG aceita o desafio de inovar com um processo que considera os sujeitos como pró-ativos”, destaca Valesca.
Desenvolvimento da pesquisa
Sob a orientação do professor Bernardo Kipnis, a pesquisadora abordou a temática da avaliação institucional, especificamente, o processo de autoavaliação no contexto das mudanças institucionais do IFNMG. “O estudo refere-se ao período de 2004 a 2009, momento de implantação e consolidação de cursos superiores no Cefet Januária e na Escola Agrotécnica Federal de Salinas, bem como de surgimento do IFNMG com a junção dessas duas autarquias”, explica Valesca.
Para a servidora, a construção da identidade institucional perpassa pela junção da cultura de duas autarquias integradas para a criação do IFNMG e das culturas que estão sendo construídas com novos campi, compostos também por servidores dos campi Salinas e Januária. “Ou seja, o Instituto Federal não é somente uma nova nomenclatura, mas uma (re)construção da identidade”, esclarece.
Para a conclusão da pesquisa, a professora desenvolveu o trabalho por meio de uma revisão de literatura e pesquisa de campo. Nesta etapa, gestores e ex-gestores foram entrevistados, bem como os participantes da Comissão Própria de Avaliação (CPA).
Conforme analisa a pesquisadora, os resultados apresentados no Avalies 2016 sustentam o argumento de que o IFNMG pode, frente a quaisquer influências, adaptar-se à nova realidade de instituição pluricurricular, podendo se legitimar enquanto instituição de educação superior através da própria autoavaliação, encontrando-se enquanto instituição sem perder de vista suas raízes e seu papel social. “Para tal, precisa 'refletir/discutir/construir' sua identidade enquanto Instituto Federal sem cair na armadilha de aderir a uma realidade que não é a sua, garantindo a validação do princípio do respeito à identidade, adotado pelo próprio SINAES para a Avaliação Institucional”.
Sugestões de mudanças no trabalho da CPA
Valesca ainda defende que a autoavaliação no IFNMG seja trabalhada no todo institucional: “Não se trata de uma instituição que oferta somente a educação superior, mas que, sobretudo, destina 50% de suas vagas para o ensino técnico de nível médio, não sendo consoante com essa realidade avaliar apenas uma parte da instituição”.
Para a estudiosa, seria necessário que houvesse uma avaliação múltipla que pudesse mostrar a realidade institucional, e não somente a realidade dos cursos superiores da instituição. “Assim, além de servir à legislação que dispõe sobre a avaliação da educação superior, a autoavaliação auxiliaria verdadeiramente no conhecimento do todo institucional, balizando a gestão institucional através de processos democráticos”, justifica.
Além de compartilhar conhecimentos e experiências, participar do Avalies 2016 possibilitou, segundo Valesca, estabelecer parcerias, que podem culminar na oferta de cursos de capacitação para os integrantes da CPA do IFNMG.
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