Estudantes de ensino médio do Campus Januária reúnem 300 fotos na exposição virtual “Ângulos e Cenas da Cidade”

Para celebrar os cem anos do modernismo no Brasil, os estudantes das sete turmas de segundo ano do Ensino Médio do IFNMG-Campus Januária produziram uma série de fotos com o tema “Ângulos e Cenas da Cidade”. O resultado do trabalho foi reunido em uma exposição digital com 300 fotografias, que pode ser visitada no site culturajanuaria.ifnmg.edu.br. A proposta da exposição digital é lançar um novo olhar sobre lugares, objetos e cenas que estão presentes no cotidiano dos moradores de Januária, mas que nem sempre são observados.

O professor Tiago Nunes Severino foi o responsável pela curadoria da exposição e pela orientação artística dos estudantes. Ele explica que a exposição fotográfica surgiu a partir de uma ideia de promover junto aos estudantes uma série de trabalhos e discussões a respeito da identidade local e regional. “Dentro da disciplina de Artes, trabalhamos temas como arte e cultura indígena, africana e brasileira. A produção das fotos é parte dessas ações."

A proposta é permitir que os estudantes desenvolvam um olhar mais apurado a respeito da realidade social, econômica, política e estética do lugar onde vivem”, comenta. O professor acrescenta que, no município de Januária, essa proposta é especialmente importante, em função de fatores como a imensa extensão territorial, a presença de diversas comunidades tradicionais e uma história milenar, como indicam as pinturas rupestres dos povos primitivos no Vale do Peruaçu.

No cerne da proposta está, ainda, a celebração dos cem anos da Semana de Arte Moderna no Brasil. Na avaliação de Tiago Severino, “nada mais oportuno do que pensar o lugar onde se vive a partir de uma ótica que redefiniu a arte brasileira no século XX e que buscou produzir algo que valorizasse a cultura brasileira”.

Trabalho de campo

Para o desenvolvimento da exposição fotográfica, os estudantes estudaram princípios básicos de fotografia e enquadramento e tiveram acesso a um banco de imagens em que eles poderiam se inspirar para produzir suas próprias fotografias.

Foram dois meses para produzir as fotos. O professor Tiago explica que os alunos foram orientados a fazer os trabalhos de modo a valorizar uma perspectiva única de lugares e espaços que cotidianamente percorrem. O resultado foram 1.200 fotografias, das quais 300 foram selecionadas para a primeira exposição.

Algumas dessas fotos são de autoria de Maria Natália Sandes, de 16 anos, aluna do técnico em Agropecuária, que se diz amante da fotografia. Acostumada a fotografar o céu, segundo ela, seu motivo preferido, a estudante teve que voltar os olhos um pouco mais para baixo e mirar os casarões e ruas da sua cidade natal. “Durante o trabalho, foi proposto pelo professor Tiago que tirássemos fotos da nossa cidade, de formas diferenciadas, fotografias tiradas através dos nossos ‘olhos’”. Na avaliação da estudante, a proposta do trabalho serviu para conectá-la ainda mais mais com a cultura januarense.

Educomunicação

Em relação à metodologia do trabalho proposta na disciplina de Artes, o professor Tiago conta que outra referência importante para a atividade foi a ideia de Alfabetização Midiática e Informacional, conceito que, como ele explica, no Brasil, foi traduzido como Educomunicação.

A lógica é valer-se de uma prática já muito disseminada entre os jovens estudantes, em nível pessoal, de usar com regularidade a tecnologia e a mídia para produzir fotos, vídeos e áudios para redes sociais. “Em trabalhos como o que desenvolvemos, procuramos usar essa habilidade que eles já têm desenvolvida para aplicar em ações com finalidade cultural e educativa, fazendo os ajustes conceituais e teóricos necessários para o cumprimento da tarefa”, explica Tiago Severino.

Para conferir o resultado desse trabalho, visite a exposição fotográfica digital “Ângulos e Cenas da Cidade”.

(Foto de capa: Giulia Teixeira)